quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


Quem, em essência, ama, ama o espírito. Se o amor
for verdadeiro, ele se alegra com a felicidade do outro.
Quem ama alguém deve aprender a libertá-lo de sua posse.
O verdadeiro amor permite que o outro encontre seu
caminho, mesmo ao longe.
É o amor que eleva o ser humano espiritualmente.
Quem sai do primitivismo das sensações inferiores
e alcança a capacidade de amar verdadeiramente, inicia seu
processo de elevação espiritual.
O amor espiritual não se detém nas contingências
materiais, atingindo a essência do ser eterno. O tempo não
afeta o amor profundo, cujo passar finca raízes na alma
que sabe esperar.
Às vezes pensamos que o amor que nos falta se
encontra à nossa espera do outro lado da vida. Permitimos,
com esse pensamento, que a tristeza se abata sobre nós.
Mesmo que esse amor esteja do outro lado da vida, não
devemos acreditar que ele deva ser empecilho para que a
felicidade se coloque ao nosso alcance.
O amor espiritual que momentaneamente esteja
separado pelas vibrações dos dois planos, mais tarde
poderá ser reencontrado, independente dos rumos que se
tomou em existências precedentes. A separação atual se
deve a circunstâncias educativas para ambos.
Nem sempre os que se amaram numa existência se
encontrarão após o desencarne. O amor pode esperar, se
for o caso, que um deles retorne para cumprir aprendizado
em outro nível de consciência.
Algumas vezes a vida nos coloca em situações nas
quais não conseguimos perceber a manifestação do amor
enquanto estamos na carne. O amor vai se mostrar quando
as amarras da matéria se desprenderem e compreendermos
enfim as leis de Deus.
O amor que proporcionamos ao outro promove a
nossa própria elevação espiritual. Constitui-se em
verdadeira terapia a favor daquele que ama. Tudo conspira
a favor daquele que põe o amor a serviço do bem coletivo.
O espírito, na sua caminhada em busca da perfeição,
passando pelos degraus da necessária humanização, vai
acumulando o conhecimento da lei de Deus.
Ele só apreende o que representa aquisição de novos valores, isto é,
o que se constitui em conhecimento da lei do Amor. Ao
espírito chega apenas a lei de Deus.
O amor promove o encontro com o espiritual.
Permite ao ser humano experimentar sua verdadeira
natureza. Quando o amor penetra o coração do ser
humano, ele passa a transitar na esfera do espírito,
abdicando de sua natureza animal. É nesse momento que
ele amplia sua percepção da realidade, ressignificando sua
condição humana.
O amor de mãe se aproxima do amor divino quando
visa exclusivamente à independência e felicidade do filho.
O divino se manifesta no amor maternal.
A morte não separa os corações que
verdadeiramente se amam. A morte não mata as emoções,
apenas transforma o corpo, permitindo ao espírito elevar-se
em busca do amor espiritual.
Amar em espírito é amar em plenitude. Amar aquele
que se foi, levado pela morte, é continuar vivendo em
favor da própria vida.
O amor espiritual é o amor sem adeus. Não há
destruição, mas breve separação. Não há perda, mas
esperança de reencontro adiante.
O espírito sopra onde quer. Seu sopro é amor que
emula em favor da vida na busca incessante de si mesmo.
Sua marca é o rastro de amor que deixa por onde passa.
O amor é prerrogativa do espírito. Surge de suas
entranhas extrapolando os limites do corpo.
Quando pressentirmos a presença daqueles que já
partiram para a Vida maior, às vezes causando-nos
sobressaltos, percebamos se não se trata do ente querido
que, querendo demonstrar que a vida continua, retorna
pela saudade e pelo seu amor por nós.

Jesus permanece conosco como o amor
espiritual de nossas vidas e como aquele que
soube exemplificá-lo enquanto encarnado.

(Livro Amor Sempre de Adenáuer Novaes)

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